'LHC' é a maior máquina já produzida na história da humanidade.
Cientistas poderão examinar partículas com riqueza de detalhes.O primeiro servidor da web, a internet que hoje é parte inseparável de nossas vidas, começou a funcionar na fronteira da França com a Suíça, em 1989.
Agora, o Cern está a um passo de fazer história novamente. O motivo é um tubo circular de 27 quilômetros, a maior máquina já produzida na história da humanidade, batizada de LHC.
O físico inglês John Ellis, uma das grandes cabeças do Cern, faz uma comparação para explicar o que é o LHC: é como se fosse o maior microscópio já construído. Graças a ele, cientistas vão poder examinar partículas de matéria com uma riqueza de detalhes jamais vista.
“Mas ao mesmo tempo o LHC é como se fosse também o maior telescópio do mundo, porque a partir da análise das informações produzidas aqui, cientistas vão poder entender o que se passa nos locais mais distantes do universo”, diz Ellis.
O LHC é, na verdade, um acelerador de partículas, um gigantesco tubo onde pedacinhos de matéria serão postos para girar.
“São três trilhões de partículas dando 10 mil voltas por segundo durante vários e vários dias”, explica o físico Inácio Bediaga.
Você pisca o olho e essas partículas dão 10 mil voltas nos 27 quilômetros do tubo. E, de repente, acontece aquilo que os cientistas mais esperam: partículas se chocam e, com a violência do impacto, se desfazem.
Nesse instante, a matéria retorna ao estado original: volta a ser como era logo depois do Big Bang, a grande explosão que deu origem ao universo.
“Os cientistas se comportam como crianças curiosas que gostam de quebrar as coisas para descobrir o que tem dentro”, diz Ellis.
E quando isso acontecer, a partir desta semana, cientistas esperam a resposta definitiva para a grande pergunta: afinal, nós sabemos mesmo do que é feito o mundo e tudo o que existe? Em algum ponto os pedacinhos microscópicos de matéria param de se dividir?
Ellis diz que espera encontrar a peça que falta desse quebra-cabeças: a única partícula que ainda não foi detectada experimentalmente, chamada bóson de higgs. Se conseguirem descobri-la, a ciência pode comemorar: tudo o que entendemos da matéria do mundo até aqui está certo.
Responder a essas perguntas significa responder quem somos, significa entender qual é a nossa própria origem; e qual o nosso lugar no vasto universo em que vivemos. A ciência do muito pequeno nos leva ao muito grande, ao universo.
“É interessante notar que essa matéria que a gente encontra aí no meio do caminho é a mesmíssima matéria de que nós somos constituídos. Uma molécula de água tanto do seu corpo quanto uma molécula de água num rio. Nós temos um pouco de uma infinidade de elementos que são encontrados na natureza de um modo geral e, portanto, que mostram que nós somos parte exatamente desta natureza”, alerta o físico Alberto Santoro.
Veja o vídeo em:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM879205-7823-MAIOR+MAQUINA+CONSTRUIDA+PELO+HOMEM+COMECA+A+FUNCIONAR+ESSA+SEMANA,00.htmlFonte:
G1,Ciência e Saúde